Todos vivemos no planeta terra, todos somos guerreiros nesta luta contra a poluição e a favor da saúde planetária.
A forma como lutamos por nós mesmos, pela nossa saúde importa; pois tudo o que danifica a saúde do planeta deteriora a saúde humana, e tudo o que melhora a saúde do planeta melhora as condições de saúde humanas.
A minha perceção de como combater eficazmente a emergência climática é posta em prática todos os dias. Compreendo que um problema global como este não se resolve apenas com grandes soluções politicas, mas também com as pequenas revoluções ecológicas que fazemos nos nossos estilos de vida.
Como é que a Terapia da Fala transforma a vida
A terapia da fala não é vida! As pessoas ficam sempre muito surpreendidas quando digo isto, porque sabem o quanto eu gosto do meu trabalho. Mas é verdade. Terapia não é vida. As crianças, jovens e adulto vão à terapia da fala para desenvolverem competências específicas, que de outra forma não conseguiriam desenvolver ou que demorariam MUITO mais tempo a adquirir sem ajuda. As competências que são aprendidas na terapia da fala têm de ser levadas para fora, para a vida real das pessoas que são tratadas. Essas competências precisam de ser úteis, e fazer a diferença na vida das pessoas.
Em Portugal, temos um problema, que não sei se existe ou não noutros países, os resultados da terapia da fala nem sempre são visíveis. Aliás, muitas são as vozes que se levantam para dizer que não sabem o que é que as crianças andam a fazer na terapia da fala, pois continua tudo igual, ou seja, as dificuldades são as mesmas no início e no fim do ano letivo.
Estas queixas surgem nas escolas, mas também nos gabinetes que são indiscriminadamente financiados pela segurança social sem qualquer exigência em relação aos resultados da terapia da fala.
Por alguma razão que me escapa, tornou-se culturalmente aceite que as crianças frequentem consultas de terapia da fala por meses e anos a fio, sem que os resultados sejam relevantes. Tudo o que importa é o diagnóstico (quando existe), e o diagnóstico justifica tudo.
Crianças e jovens são apelidados de preguiçosos porque não correspondem às expectativas dos terapeutas e dos pais, e ninguém se pergunta se os terapeutas correspondem às expectativas das crianças. Bem, quase ninguém…
Em 2013, recebi uma criança com uma perturbação fonológica da fala. Irrequieta, de sorriso fácil e uma fala pouco inteligível. Estabeleceu-se uma relação de empatia entre nós e continuei a tratar a menina. Algumas sessões depois a mãe disse-me que tinha sido a filha que me tinha escolhido. Fiquei intrigada e ela explicou-me que tinha recebido referências de várias terapeutas, a minha e a de outras colegas. Ela tentou uma outra terapeuta da fala que lhe ficava mais a caminho das rotinas e não ficou impressionada, pois ao fim de algumas consultas a filha não falava, nem fazia nada do que a terapeuta pedia. Por isso, marcou uma avaliação comigo.
“Desde dos primeiros minutos a minha filha gostou de si. Colaborou consigo e em pouco tempo começou a falar melhor. Foi ela que escolheu a terapeuta da fala.”
Este é um dos exemplos que guardo com carinho na memória. Na minha memória encontro facilmente outros exemplos de crianças que me procuram para quebrarem ciclos viciosos de não-resultados em terapia da fala.
A terapia da fala transforma a vida das pessoas, porque atua nas áreas que definem a nossa humanidade, que nos diferenciam dos outros primatas: a expressão da complexidade da mente humana através da linguagem.
A beleza da linguagem é equiparada à complexidade extrema de todos os seus processos. Como tudo o que é complexo, a linguagem não começa como linguagem. Tudo começa na respiração, que é a nossa comunicação física com o meio exterior. Um processo de comunicação músculo-esquelético, como tal coordenado pelo cérebro, que permite as transformações químicas que ocorrem nos pulmões e são a base do nosso metabolismo.
Quando este processo físico está funcional, a comunicação passa de interna a interpessoal, e é aí que a magia começa a acontecer. As informações recebidas pelos sentidos são processadas no cérebro e integradas em blocos de significado, que depois traduzimos através das palavras.
Qualquer entrave à comunicação afeta a fala, a inclusão social, a progressão exponencial da linguagem e, por vezes a fluência e a voz.
Para complicar o que já é galacticamente complicado, os processos cognitivos da linguagem estão associados a emoções, o que significa que o que as crianças sentem também pode condicionar a sua evolução.
A terapia da fala transforma a vida quando as competências de comunicação, linguagem e fala são desenvolvidas e ultrapassam a barreira da própria terapia da fala. Ganham asas e fazem as crianças, jovens e adultos voar cada vez mais alto na expressão do seu potencial humano.
Quando uma criança que tem uma fala que ninguém entende começa a conseguir fazer-se entender através da fala, ganha poder pessoal. Progressivamente, a sua autoestima cresce e sua capacidade de influenciar as decisões mais básicas da sua vida aumenta. É este o poder da terapia da fala. É um poder partilhado, empoderar as crianças, os pais, os jovens e adultos que procuram ajuda para melhorem os processos básicos da sua humanidade.
A voz é a expressão da sua imagem pessoal, do seu poder pessoal de usar o que sabe e pensa para deixar uma a sua marca no mundo. Cada vez que uma pessoa com uma alteração de voz é tratada, e os resultados são levados para o mundo exterior à terapia da fala, essa pessoa ganha poder pessoal.
Cada vez que uma pessoa que gagueja aprende a compreender e a gerir a sua dificuldade de fluência, ganha poder pessoal.
O meu trabalho, como terapeuta da fala, é promover a inclusão social através do desenvolvimento de competências específicas de respiração, comunicação, linguagem, fala, voz, fluência, deglutição e mastigação, para que cada ser humano que trato dê o melhor de si ao mundo em que vivemos.
Sou muito crítica em relação ao trabalho que é feito em terapia da fala, porque sei a importância que os resultados das intervenções terapêuticas têm na diminuição do sofrimento e na promoção da saúde das crianças, jovens e adultos.
Como apenas posso responsabilizar-me pelo meu trabalho, aplico o paradigma do desenvolvimento integral à terapia da fala para dar a quem me procura a melhor das intervenções disponíveis, seja qual for a patologia. Na verdade, a patologia não é o mais importante. O que importa são os resultados do que faço e o impacto que tenho na felicidade de cada ser humano que trato.
A terapia da fala transforma a vida empoderando cada ser humano, permitindo-lhe desenvolver a sua melhor versão, ou a versão que escolher desenvolver. A transformação dá-lhe liberdade para seguir as opções que antes da terapia da fala não podia considerar para si.
e
Transforme a sua Vida!