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Foto do escritorAndreia Ferreira Campos

Quando começa o envelhecimento?


A população mundial aumentou tanto que, pela primeira vez na história da humanidade, somos demasiadas pessoas no planeta terra. As políticas públicas procuram assegurar alimentação para todos, acesso à educação, à justiça e aos serviços de saúde. Neste artigo foco-me na saúde, como antítese do sofrimento. A saúde da população está fortemente condicionada pelo envelhecimento progressivo dessa mesma população. Com o avançar da idade, as doenças surgem a galope e, apesar do aumento da longevidade, a qualidade de vida nas idades mais avançadas tende a deteriorar-se. E se pudéssemos contrariar esse suposto inevitável destino de sofrimento? Como seria a vida das comunidades de pessoas saudáveis em todas as idades? Será um sonho ou é possível construir um envelhecimento saudável? Venha daí pensar comigo sobre envelhecimento com saúde.

 

 

O tema do envelhecimento não é novo para mim. É sabido que eu não me dou bem com as rugas, tolero os cabelos brancos, e tenho imensos cuidados com a alimentação. É uma questão de saúde o número de horas que passo por semana a praticar exercício. É também uma questão de autoestima, outros chama-lhe vaidade e, ainda que possam ter razão, esta é a vaidade saudável. É a vaidade que faz com que eu goste e cuide de mim, para depois gostar e cuidar dos outros com o mesmo afinco – bem, nem sempre com o mesmo afinco, depende dos casos.


A nível profissional, criei um programa terapêutico de promoção da saúde através da descoberta da respiração integral. Este programa destinou-se, aquando da sua origem, a pessoas com mais de 50 anos. Esta é a barreira cronológica que separa as pessoas que se queixam de problemas de saúde, das que não se queixam. Por isso, chamei ao programa terapêutico 50+ Saúde. Com o tempo compreendi que as pessoas podem beneficiar de um programa de respiração em qualquer idade. Compreendi também que as queixas de saúde surgem em indivíduos cada vez mais novos, por isso abri o programa a adultos de qualquer idade, mas mantive o nome 50+ Saúde (clique no link para saber mais).


No âmbito desta oferta de terapia da fala para promoção da saúde, tenho muito a dizer sobre envelhecimento.


Primeiro, é necessário compreender o que é isso do envelhecimento, para depois percebermos quando começamos verdadeiramente a envelhecer.

Nem a propósito, estamos próximos de uma data marcante para Portugal: os 50 anos do 25 de Abril. A liberdade é o que se perde quando se envelhece sem saúde.


As previsões, tendo em conta o estilo de vida atual, são para um aumento gigantesco de doenças oncológicas, cardiovasculares, músculo-esqueléticas e quadros demenciais. O que sobe as pessoas que ficam dependentes de cuidados de terceiros de 20% para 60%, numa década. Há quem defenda que estas previsões são otimistas, não me parece que sejam.


A tendência atual é de aumento do número de anos de vida e perda progressiva de saúde à medida que os anos avançam. Eu faço parte do grupo de pessoas que remam contra a maré do envelhecimento, não por negar a passagem dos anos, mas porque sei que a perda da saúde é a perda da liberdade. E porque sei como se constrói saúde.


O meu trabalho de terapeuta da fala levou-me ao estudo do desenvolvimento da linguagem e do desenvolvimento humano em geral. A vida a acontecer guiou-me na descoberta do paradigma do desenvolvimento integral, que aplico nas minhas práticas clínicas com crianças com graves perturbações do desenvolvimento, e na minha vida também. Então e os adultos? Que pode o desenvolvimento integral fazer por toda uma população que teima em estar cada vez mais doente?


Os recursos que uso na minha vida, para ganhar saúde, vou partilhando neste blogue, na Newsletter Integralmente e nas redes sociais. A minha intervenção profissional direta com adultos acolhe pessoas com patologia vocal e pequenos grupos de promoção de saúde através da prática de movimentos de respiração integral, no programa 50+ Saúde.


Juntando prática e teoria: é preciso compreender o que é saúde e o que é doença. Parece evidente? Pense lá outra vez… vamos pensar integralmente sobre isto! ;)


Qual das afirmações considera verdadeira?

  • Com a idade é normal começar a doer aqui ou ali.

  • Os problemas de saúde surgem com a avançar da idade.

  • Os jovens têm mais saúde, mas depois dos 50 isso muda.

  • Envelhecer com saúde é só para os muito ricos e famosos.


O desenvolvimento integral pressupõe uma harmonia, um equilíbrio dinâmico entre as várias dimensões humanas: corpo, mente e espírito (ou consciência). A base é o corpo, pois não há mentes, nem espíritos vivos sem corpo. A ideia de que somos seres espirituais a viver uma experiência humana, não é errada, no entanto a base dessa experiência é o corpo. Como tal, para evoluir a nível mental e/ou espiritual é necessário manter o corpo saudável. A saúde física vai garantir uma maior disponibilidade de energia alocadas às outras dimensões.


Este é o modelo de saúde integral. Diz-se integral porque apesar de a base ser física todas as dimensões estão interligadas, integradas numa sinergia constante.


O desenvolvimento integral não tem idade, surge como resultado da saúde integral, e permite uma evolução ao longo da vida. Neste modelo, a vida torna-se mais longa, porque a saúde é criada alimentando os processos de regeneração natural.


É quando a regeneração deixa de ser suficiente que as doenças surgem de forma crónica – as doenças infeciosas pertencem a outra categoria, mas podem provocar desequilíbrios insuperáveis.


Se a integração é a cura, a doença é a desintegração.

Qualquer uma das doenças que mais afeta a população portuguesa é provocada por fenómenos de desintegração. Um desequilíbrio tão grande do qual o sistema não consegue recuperar, mesmo com a ajuda da medicação.


A manutenção da vitalidade ao longo da idade requer um estilo de vida integralmente saudável.


Não basta que a alimentação seja equilibrada é preciso incluir o movimento do dia-a-dia. Não basta que se pratique exercício, é necessário garantir número de horas de sono suficiente para um descanso de qualidade. Não basta dormir bem, a capacidade de desligar a mente e conectar-se consigo são um requisito para a manutenção da saúde. Não basta ter as contas pagas para se ter sossego, é fundamental que a vida tenha um sentido.


Parece impossível? Não é… conhece as zonas azuis? São as zonas do planeta onde as pessoas vivem mais anos e com uma saúde de ferro, quer dizer, sem as tradicionais doenças crónicas associadas à idade avançada e sem estarem dependentes dos cuidados de outras pessoas mais novas. São as zonas do planeta onde o aparente conto de fadas é real.


As zonas azuis estão a ser estudadas há muitos anos, para que se encontre um elemento que seja diferenciador na qualidade da saúde das suas populações. A questão é que a saúde não é definida por fatores isolados, é o produto final de uma complexa rede de elementos integrados.

O estilo de vida, o contacto com a natureza, o movimento, a alimentação, a socialização, a meditação, o ritmo de vida, a segurança, a ambição e a compreensão da vida e do mundo. São todos esses elementos que fazem a diferença na saúde integral das zonas azuis.


Replicar esse modelo é possível? Não creio. Mas acredito que seja possível adaptar cada elemento à realidade de cada cultura de diferentes formas. Mais uma vez, um modelo não serve para todos, é preciso abraçar a diversidade.


A manutenção da saúde ao longo da vida só é possível apostando na prevenção das doenças.


Para isso é necessário compreender cada um dos fatores chave na propagação de doenças crónicas. Parecem notícias de ontem, mas não são. A cultura e a linguagem são fundamentais para que compreendamos as diferenças entre saúde e doença.


Começo por reformular a imagem do envelhecimento natural: sofrer não faz parte do processo.

Há uma série de doenças que se tornam crónicas e que são evitáveis quando nos damos ao trabalho de não aceitar o sofrimento como normal! Hoje em dia, muita gente considera que uma dor aqui e outra além são “normais” com a idade. Não há nada de normal na dor. A dor é um sinal de alerta do corpo que nos diz que algo não está bem. É um indicador de que precisa de mudar alguma das coisas que faz para deixar de ter dores.


Medidas de saúde pública para envelhecer lenta e saudavelmente:


Medida nº 1

Não normalizar o sofrimento em idade nenhuma.

Medida nº 2

Medida nº 3

Medida nº 4

O envelhecimento pode começar aos 20 ou aos 80… não é a idade que define quando somos velhos. Também não é o otimismo e o espírito que nos mantém jovens. O que nos mantém jovens é a saúde, a juventude e a vitalidade, a beleza e a liberdade de movimentos, a leveza e a capacidade de sorrir para a vida sejam quais forem as circunstâncias, são reflexos da saúde integral.


O envelhecimento é o processo oposto do desenvolvimento. Quando o desenvolvimento é integral, seja qual for a idade, o envelhecimento ocorre de forma muito mais lenta do que o que é considerado normal.


Envelhecer com saúde implica manter o processo desenvolvimento integral ao longo da vida. É um processo de evolução contínua.

Começamos a definhar, isto é a perder a saúde, quando o desenvolvimento integral é interrompido. Quando o corpo começa a não conseguir regenerar de todos os desequilíbrios que a vida que escolhemos viver lhe instala.


A base da integração, ou seja, da cura é a respiração. Para conseguir um efeito sistémico que lhe aumente a saúde integral, invista na respiração integral. Quando digo invista não é apenas dinheiro, é necessário investir tempo e manter hábitos que garantam a otimização da respiração ao longo da vida.


Quando começa a envelhecer depende de si, do seu estilo de vida, do que faz pela sua saúde.

Como envelhece, com ou sem saúde, também depende de si. A componente genética do envelhecimento é mínima. Até nos casos de doenças genéticas, a vida que se escolhe viver define o tipo de longevidade que se vai ter.


Escolha saúde.


Viva integralmente,

Andreia


 

O que pensa sobre as possibilidades de saúde ao longo da vida? Deixe-me a sua visão nos comentários, ou escreva-me um email. Siga-me nas redes sociais para mantermos o contacto.


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