Parece-lhe que a semana ou mês black friday está a prolongar a época natalícia? Será que com tantas compras vivemos mais tempo o espírito de paz e amor ou, simplesmente, ficamos mais pobres? O que faz todo este consumismo impensado e desenfreado ao planeta? Vamos pensar em prendas ecológicas a pretexto do natal? Para pensarmos sobre tudo isto em conjunto, vou partilhar as minhas opções pessoais.
Se já passa por cá há uns tempos, sabe que não sigo tradições só por que sim. Pode sempre reler as decisões insanas de seguir tradições sem sentido e também uma publicação contraditória.
Faço, com muito orgulho, as minhas próprias tradições e opções de vida. Ainda que muitas outras pessoas não considerem isso aceitável.
No natal dou um pontapé à tradição!
Para mim, o natal não passa de um pretexto para o consumismo desenfreado. Por isso, as pessoas há minha volta já sabem que as prendas são para as crianças e pouco mais. As poucas prendas que dou são de elevado valor nutricional, de saúde, de conhecimento, mas não custam muito dinheiro.
O objetivo de cada presente é acrescentar algo à vida de quem o recebe, não criar um acumular de coisas em armários ou esvaziar s saldo disponível na conta bancária.
Vivemos numa era de alterações climáticas, o que significa que temos de ser todos responsáveis pelas escolhas que fazemos. Cada um de nós tem o dever de ajudar na construção de um planeta mais limpo. Sim, você também tem o dever de colaborar na implementação de economias sustentáveis.
Uma das premissas da sustentabilidade é não usar mais do que o necessário. Não acumular objetos que não se usa. Por isso, opto por oferecer prendas que possam ser utilizadas no dia-a-dia, recheando os dias normais de momentos especiais.
Ao mesmo tempo, quero que as minhas prendas tenham uma baixa pegada ecológica, por causa daquela coisa que está agora na moda: a ecologia!
Este ano escolhi dar beleza e saúde, aos adultos e uma criança, e sabedoria via livros para as crianças em geral. Ah! E vinho biológico, para a mesa de um dia que decidamos que seja natal.
As prendas das crianças são surpresa apenas pelos títulos, pois os meus pequenitos já sabem o que os espera.
Ainda por conta da ecologia deixei de ler livros em papel. Já há muito tempo que não compro livros que não sejam ebooks (exceto livros técnicos que não encontro em formato eletrónico). E por muito tempo, quero dizer anos.
De início foi difícil adaptar-me. A leitura em ebook é mais rápida. Não há páginas, não há o cheiro a livros, é uma experiência muito menos sensorial. Como todas as pessoas que já ouvi falar sobre isso, não gostei. Optei na mesma pelos ebooks, por causa da ecologia.
Vivo as minhas causas no dia-a-dia, defendo aquilo em que acredito com as escolhas que faço. É por isso que não ofereço livros aos adultos, porque não é ecológico.
No caso das crianças os livros são essenciais ao seu desenvolvimento integral, e cada porção de tempo que passam longe dos ecrãs a ler um livro é uma vitória para a sociedade no seu todo.
Uma questão de equilíbrio: os livros não são maus, muito pelo contrário, a situação do planeta é que é tão desesperante que temos de fazer escolhas conscientes. O valor de um livro para o desenvolvimento infantil é imenso, justifica-se a pegada ecológica. No caso dos adultos, não.
A verdade é que não há muitos adultos que recebam prendas minhas. Serei sovina?
Durante anos e anos e anos, recebi e dei prendas só porque sim. Por ser habitual, por participar em trocas de prendas com pessoas que mal conhecia, por seguir a tradição e a multidão. Depois mudei.
Parece-me irracional ter nos armários pratos, pratinhos, travessas, bibelôs, coisas, coisinhas, tantas coisas… que não têm qualquer valor sentimental, nem utilitário para mim.
Não faz sentido, quando defendo e vivo um estilo de vida ecológico, manter estas tradições que estão a destruir o planeta que tenho de ajudar a salvar.
A época festiva do fim do ano é responsável por tanta poluição que até as pessoas dos números têm dificuldade em calcular.
Crianças recebem presentes com os quais não brincam, adultos recebem e dão prendas que ficam a ganhar pó num qualquer armário da casa. Os guarda-roupas enchem-se de peças que são usadas meia dúzia de vezes, se tanto. Muita roupa que se compra nesta altura do ano nunca é usada. E a indústria da moda é uma das mais poluidoras do planeta, em grande parte por causa das tintas que usa, mas também pelo gigantesco consumo de água gasto na produção de matérias-primas, entre outras coisas.
Resumindo, temos uma tradição supostamente divina que está a destruir ainda mais o nosso planeta.
Escusado será escrever que eu não gosto nada dessa tradição e não a sigo.
Não ofereço prendas no natal, as pessoas que são importantes para mim recebem prendas ao longo do ano. Na proximidade do dia de natal, algumas pessoas mesmo sortudas podem eventualmente receber uns bolinhos, no entanto a norma é distribuir alegria ao longo do ano, via compotas excecionais, geleias, azeites aromatizados, suplementos nutritivos personalizados.
Não preciso de uma data fixa para contribuir para a felicidade de alguém.
As crianças já sabem que recebem as prendas antes do natal porque nesse dia têm muitas prendas às quais não dão valor. Por isso, exploram os livros muito mais tempo e com muita mais atenção, no mês de novembro. Além disso, também recebem livros ao longo do ano. Os livros são temas de conversa entre nós e há competições saudáveis para ver quem completa primeiro as coleções, não de cromos, mas de livros infantis.
Os adultos ficam sempre surpreendidos por receberem prendas tão cedo, mas a surpresa é boa. Mais uma vez, uma prenda que ficaria perdida entre muitas recebe uma atenção especial e dá-lhes uns momentos extra de felicidade.
Este ano optei por oferecer produtos de beleza ecológicos, artesanais, portugueses e híper-saudáveis. Champôs sólidos, sabonetes naturais.
Porque fiz essa opção?
Os produtos de banho são responsáveis pelo uso de imenso plástico. Não sei qual é o valor do plástico que é gasto em champôs, condicionadores e gel de banho, mas é muiiiiiiiiiito. Como sei que é muito? É usado em praticamente todas as casas. Em cada casa, diferentes pessoas, por vezes, usam diferentes produtos. Não é difícil imaginar a quantidade de frascos de plástico necessário para tanta gente.
As opções que dou às pessoas sob a forma de prenda são:
experimentar produtos excecionais
feitos com o carinho e a paixão de artesãos portugueses
produtos portugueses que ajudam empreendedores a viverem dos seus pequenos negócio
produtos de sem plástico, para um mundo livre de plásticos
produtos necessários para o dia-a-dia
produtos biológicos e ecológicos
A pergunta que faço em silêncio com cada prenda é: “Então, vamos criar um mundo livre de plástico ou não?”
Pela epopeia ecológica da vida vou provando a todos o que já escrevi noutro artigo: tudo o que faz bem ao planeta faz bem à saúde. Os produtos biológicos e ecológicos são a forma de se comprar saúde e beleza (da verdadeira!).
Vamos viver integralmente o natal durante o ano todo.
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