O desenvolvimento integral é ainda desconhecido para muitas pessoas. A maioria já ouviu falar desse novo paradigma, mas não sabe o que é, nem que implicações pode ter na vida diária. Neste artigo escrevo sobre o que é o desenvolvimento integral e dou-lhe algumas pistas sobre como viver integralmente. Vai acompanhar-me nesta viajem pelo mundo do paradigma do desenvolvimento integral?
Mudamos de paradigma
As mudanças de paradigma não acontecem num dia. Se já mudou de opinião em relação a alguma coisa na vida (espero que sim, senão corre o sério risco de ter um problema de desenvolvimento), sabe que não se muda de opinião de repente. Muito menos mudamos a nossa visão do mundo num instante. Estas são as mudanças que se demoram a fazer chegar e que resultam de tudo aquilo que vivemos e aprendemos na vida.
Ao longo da história da humanidade as mudanças de paradigma também foram graduais. Por norma foram influenciadas pela filosofia e pelas ciências. As inovações técnicas alimentam a forma como nos relacionamos com o mundo, que por sua vez mudam a perceção que temos desse mesmo mundo e da nossa relação com o todo.
As mudanças de paradigma têm a ver com a espiritualidade, resultam dos novos significados que levam a novas compreensões de nós, dos outros, das nossas relações com o mundo físico e com os outros.
A transição para o paradigma do desenvolvimento integral começa por volta do século XIX, mas o apogeu dá-se já no século XX. É a transição de um modelo mecanicista do mundo e do ser humano, para uma visão holística, ecológica.
O paradigma do desenvolvimento integral assenta numa ecologia profunda, que concebe o mundo como um todo integrado, e não como uma coleção de partes dissociadas.
O novo paradigma aplicado ao ser humano
As pessoas que melhor se identificam com o paradigma do desenvolvimento integral são as que pensam em sistemas. O pensamento sistémico leva-nos mais longe na compreensão do ser humano e das suas perturbações. No meu caso, aplico o paradigma do desenvolvimento integral no meu trabalho como terapeuta da fala às perturbações do desenvolvimento – sobretudo as perturbações da infância, mas também as da voz e da respiração nos adultos.
Na minha vida pessoal e social uso o mesmo paradigma para cultivar e manter a saúde, atrasar o envelhecimento melhorando a qualidade da minha vida e a longevidade (ou assim espero), tomar decisões em relação ao futuro, aumentar a minha criatividade e serenidade.
A serenidade permite-me manter a calma em situações emocionalmente desafiantes, e conseguir pensar com clareza em situações ditas de risco, evitando “armadilhas” e seguindo o meu próprio rumo, em vez do rumo convencional que me tentam impor. É uma enorme arma de liberdade!
O pensamento sistémico traz mudanças em relação ao pensamento analítico. Essas mudanças alteram a forma como vemos os problemas, o que significa que conseguimos resolvê-los mais fácil e eficazmente do que as pessoas que recorrem apenas ao pensamento analítico-dedutivo.
Face a uma dada situação procuramos ver o todo e as suas partes, bem como a forma como cada uma das partes se relaciona com as restantes. O pensamento sistémico, ou integral, não é o pensamento dos especialistas, é o modo preferencial de pensar dos ecologistas.
Entender as coisas sistemicamente significa colocá-las num contexto e estabelecer a natureza das suas relações. Nesta abordagem, as propriedades das partes não podem ser entendidas isoladamente, apenas após organização do todo.
O pensamento sistémico concentra-se em princípios de organização básicos – os processos.
O mundo da complexidade é integral
Não temos outra opção de desenvolvimento para a complexidade crescente da sociedade senão o desenvolvimento integral.
Neste paradigma olhamos para o ser humano como um todo integrado, analisamos para além da lógica e planeamos com a ética em mente. A ética é um dos elementos centrais do desenvolvimento integral, por ir ao encontro do princípio que nos diz que, ao influenciar uma das partes estamos a condicionar o desenvolvimento do todo. Neste sentido, não há vidas insignificantes, cada pessoa tem um papel a desempenhar e pode fazê-lo considerando a ética, beneficiando dessas opções e favorecendo toda a sociedade. Ou pode optar pelas escolhas orientadas pela falta de ética e ajudar a manter as injustiças sociais e as desigualdades.
A ética traz um equilíbrio dinâmico para o planeta, para a governance global, para as pequenas e para as grandes empresas que nos garante a emergência de uma nova organização. Uma organização mais verdadeira.
Como viver integralmente?
O desenvolvimento humano à escala global segue tendências. Há 11 que são importantes ter em atenção para viver uma vida mais integral, alinhada como o novo paradigma.
As 11 tendências globais do desenvolvimento humano são:
Desenvolvimento Integral
Da interação corpo-mente-espírito resulta o equilíbrio dinâmico que nos define a cada momento. Assim, quando melhoramos uma das dimensões todas as outras melhoram também, porque estão interligadas. O movimento que liga corpo e mente é a respiração. quando respiramos de forma integral, estamos a promover o nosso desenvolvimento integral e a nossa saúde integral.
Presença
Slow
Bio
Educação
Neuroeverything
Clean
Ética
Economia Circular
Design Thinking
Marca pessoal
Explore cada uma das tendências globais do desenvolvimento humano, ou apenas algumas e observe na prática como se torna um ser humano mais inteiro.
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Viva integralmente.
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