Neste artigo vai descobrir com respirar para promover a saúde integral. A sua saúde e a das pessoas que mais gosta, pois a forma como respiramos é contagiosa, tal como as emoções. Para espalhar saúde partilhe este artigo com as pessoas que conhece.
Um mundo cada vez mais acelerado
O trabalho que fazemos mede-se muitas vezes pelo número de coisas que conseguimos encaixar na agenda. Número de consultas, número de produtos fabricados, número de aulas dadas, números disto e daquilo.
Esta é uma das heranças da revolução industrial e das suas linhas de montagem.
Os números são a partitura onde as indústrias escrevem as melodias dos lucros. E soam muito bem aos ouvidos dos economistas, gestores, governantes e, por força da palavra espalhada, soam bem aos ouvidos de quase toda a gente.
Não tenho nada contra lucros, no entanto, parece-me (a mim e a cada vez mais pessoas no mundo) que os lucros não estão a ser bem calculados, pois os custos reais não são contabilizados. Como resultado, uma parte do mundo recolhe lucros e outra parte paga custos elevadíssimos ao nível da saúde e das consequências do aumento das temperaturas.
Nem é sobre a crise climática que escrevo neste artigo, embora ela encaixe na perfeição neste tema. A maximização dos lucros a todo o custo que teve origem na indústria, deu origem ao atual modelo capitalista. Na defesa do lucro máximo destruíram-se habitats naturais, poluíram-se rios, lagos, oceanos, e construíram-se desenfreadamente em altura escritórios e casas para vidas sem qualidade.
A aceleração das linhas de produção contagiou toda a sociedade. Alterou para sempre os ritmos de vida de milhões de pessoas e condicionou a forma como trabalhamos e vivemos. A contaminação para outros setores, como a educação e os serviços ditos de saúde, foi total.
Dou-lhe um exemplo simples e atual: agora que se Portugal se prepara para o inverno, para as gripes e as complicações que o frio traz para tantas pessoas com doenças crónicas, tudo o que é contabilizado são os números. Tudo o que é transmitido pelas entidades oficiais e pelas oficiosas também, são os números que fazem crer num mau inverno.
Fico sempre pasmada quando médicos e responsáveis pela governação da área da saúde falam na falta de preparação do SNS para os rigores do inverno. Não sei se já alguém percebeu que temos inverno todos os anos… Será possível que não se aprenda nada de uns anos para os outros? Quem é que dizia que “fazer a mesma coisa e esperar resultados diferentes é a definição de insanidade”? Ah, já sei… foi aquele fulano pouco inteligente que escreveu a teoria da relatividade. É por isso que ninguém lhe dá ouvidos, não percebia nada disto, de como é que o mundo funciona!
Para além dos números de consultas, que por limitações mentais inexplicáveis, sucessivos governantes acham que é positivo aumentar, as dificuldades de saúde do inverno são sobretudo respiratórias. E se, as pessoas ficassem menos doentes e o número de consultas diminuísse?
Ao que parece, pelos valores prevalentes, para as entidades oficiais seria uma desgraça!
As pessoas, tal como a sociedade andam demasiado aceleradas. O que significa que fazem tudo demasiado rápido, inclusive respirar.
As consequências de abrandar o ritmo da respiração
Respirar demasiado rápido não é a consequência de um qualquer efeito patológico, físico ou mental, é a causa de inúmeras doenças.
Treinar o corpo para respirar menos ajuda-nos a aumentar a resistência física (na prática desportiva) e conduz a vidas mais longas e saudáveis.
Ao mesmo tempo, (e isto é mesmo, uma infelicidade muito grande), respirar menos, ou seja, mais devagar torna-nos mais produtivos, criativos, e felizes. O que é uma chatice de proporções galácticas!
Quando respiramos mais devagar a nossa digestão melhora. Como consequência, a mente ganha clareza para trabalhar de forma mais eficiente. Adeus nevoeiro mental!
Respirar mais devagar melhora a concentração, a capacidade de foco, ajuda a regular a hipertensão arterial e diminui a frequência das dores de cabeça crónicas. E tudo isto é horrível!
A única pessoa do mundo que eu obrigo a ser saudável sou eu. Obrigo-me a isso todos os dias porque me faz sentir bem. Descobri que essa coisa de ser feliz tem as suas vantagens.
Olho para as redes sociais, para as televisões e jornais e vejo ilusões que são vendidas como felicidade. Tenho a sensação que vemos todos as mesmas mentiras.
Já viu alguém feliz a hiperventilar (respirar muito rápido e sem receber oxigénio suficiente)? Já viu alguém a ter uma respiração acelerada, como se estivesse próxima de um ataque de asma, e ser feliz ao mesmo tempo? Já viu a felicidade sob a forma de doença? Eu não.
Na verdade, e fora de brincadeiras, a respiração acelerada é típica de estados de ansiedade. Não se conhecem pessoas ansiosas felizes.
Quando a respiração precisa de ir à terapia da fala
A avaliação da respiração pode ser feita por diferentes profissionais de saúde. Cada área de atuação em saúde vai analisar a respiração sob um prisma próprio.
A respiração integral é algo que levo para as minhas consultas de terapia da fala e programas terapêuticos. A importância da respiração integral é que promove a conexão corpo-mente imediata e, com isso, permite o envolvimento ativo e otimizado do sistema nervoso na aquisição de novos e melhores padrões de respiração. Dito de outra forma, respirar de forma integral cura.
Esta forma de respirar é fundamental para crianças com alterações graves do desenvolvimento, mas também para a promoção do desenvolvimento da fala e da linguagem em situações moderadas e ligeiras.
No caso dos adultos com as dificuldades de voz ou fluência também uso como base a intervenção terapêutica ao nível da respiração.
A fala começa na respiração, mas não precisa de ter dificuldades de fala para respirar melhor e ter mais saúde.
Autoavalie a sua respiração e descubra se pode beneficiar de um acompanhamento de curta duração em terapia da fala para descobrir técnicas que ajudam a respiração a melhorar a sua vida.
O poder transformador da respiração integral é essencial para pessoas com asma, e quaisquer outras doenças respiratórias.
Dica da Semana
Como respirar para ganhar saúde
· Respirar menos – ritmo de respiração mais lento é mais benéfico para a saúde.
· Descontrair o peito e a barriga quando respira – diminuir a força da contração muscular.
· Respirar pelo nariz – o processo mais eficiente que ativa o diafragma e nos protege da poluição e de grande parte das doenças contagiosas.
Viva integralmente,
Andreia
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